OS 4 ELEMENTOS DA NATUREZA - POR FABI TARÓLOGA

“...não é possível cuidar dos olhos se, anteriormente, não se cuida da cabeça,

e é necessário considerar o bem-estar do corpo e, antes dele, o bem-estar da alma”.

Platão

Água, Fogo, Terra e Ar esses são os quatro elementos que compõem a composição de todo o tipo de vida desse planeta da mesma forma que nossos corpos. Quando tomamos essa consciência vemos a importância dessa integração, passamos a olhar a natureza com outros olhos e a sua importância em nosso dia a dia principalmente no que se refere a fluxo e equilibrio emocional, psiquico e físico.

A perfeição da Natureza é tão evidente que todos sabemos que seu desequilíbrio vem exatamente de nós, seres humanos. É dessa forma que venho aqui para mostrar que quando estamos em desequilibrio energético, muito provavelmente estamos com pensamentos, emoções desalinhados gerando desequilibrio de algum desses elementos em nosso organismo.

Com a base na informação acima, já podemos pensar que, quando uma pessoa adoece, não basta saber quais sintomas se manifestam em seu corpo físico. Essa seria uma forma imediatista e limitada de compreendermos um processo patológico. É importante contextualizar todos os sintomas juntamente com os sentimentos que o paciente apresenta.

Vamos falar um pouco sobre esses quatro elementos:

FOGO - é encontrado na Natureza nas fogueiras, queimadas, lavas vulcânicas, explosões e no calor do Sol. Em nós, encontramos o elemento Fogo no calor do nosso corpo. Além disso, o fogo sempre causou fascinação em nós; ele tem uma energia sedutora que nos atrai.

Você encontra esse elemento na chama de uma vela, no fogo da lareira de uma casa, no centro da Terra, na lava do vulcão - ou seja, onde tem calor, o elemento Fogo está se manifestando.

Fogo é calor e luz e sua importância em nossa vida é evidente. É o elemento da transmutação de sentimentos e pensamentos negativos em positivos e vive versa.

É visto por nós através da coragem, ação, transformação, atitude, impulso, paixão, vigor e vitalidade. Um corpo físico morto não produz calor. Se sentir vivo, empolgado, excitado. Já em excesso em nós, nos deixa agressivos, reativos, impulsivos acelerados e agitados. Já a falta desse elemento causa desânimo, falta de iniciativa e de autoconfiança, medo, depressão e lentidão.

AR - é encontrado na Natureza na brisa, nas rajadas de vento, no oxigênio que respiramos. É o único elemento invisível. Em nós, encontramos o Ar em nossa respiração, na absorção do oxigênio, na inspiração e expiração, no sopro.

O ar não pode ser visto, mas pode ser profundamente sentido através do som, de acordo com as notas sentimos a vibração de uma melodia que interfere diretamente em nossos sentimentos, em nossa vibração. Outra prática para o equilibrio desse elemento é a respiração consciente. A respiração profunda impacta diretamente em nossos batimentos cardíacos e pressão arterial.

Além do físico, o ar está representado em nós em todos os assuntos intelectuais; pensamentos, conhecimento, memória, inteligência, aprendizado, estudos, criação, imaginação. Uma mente ativa e equilibrada está harmônica com o elemento Ar. Nossa mente é capaz de produzir, se concentrar e criar ideias fantásticas quando é bem trabalhada neste elemento.

O excesso de elemento Ar faz com que a pessoa saia da realidade, permanecendo apenas no mundo das ideias, sem concretizar nada. Ela fica sem o impulso da ação. Ela apenas vive e reina em sua mente enquanto a vida está acontecendo e passando - meio que despercebida - no mundo real. A pessoa fica "aérea". Pode ficar extremamente fria, racional e dispersa. Da mesma forma que pode também desenvolver pensamentos viciosos, obsessivos, levando à ansiedade e depressão.

Na escassez desse elemento pode deixar a pessoa muito crítica ou com a língua afiada, sem criatividade, sem concentração ou foco. Age com inconsequência e enrijece pensamentos, não buscando novos conhecimentos e apegnda-se em demasia a padrões.

TERRA – É observado na natureza de forma mais ampla; ela abrange as espécies animais, minerais e vegetais. Ou seja, consideramos do elemento Terra todos os animais, as árvores, montanhas, cavernas, pedras, plantas, flores, raízes, frutos e a terra propriamente dita. Já em nós, a Terra é o nosso corpo físico, a nossa matéria.

A terra é farta e é dela que tiramos o nosso alimento, nos dá abrigo, é o que é concreto e visto, tocado.

Energeticamente, representa firmeza, força, determinação, objetividade, praticidade, estrutura, pé no chão. Na terra que encontramos os tesouros, o ouro, o diamante, a esmeralda, entre outros, então, podemos relacioná-la também com a nossa prosperidade. A prosperidade associamos à abundância, os frutos que colhemos, o cultivo à fertilidade de nossa terra interna.

Seu excesso nos torna rígidos, lentos, teimosos, materialistas, estagnados e pesados. Já a falta desse elemento nos deixa desestruturados, instáveis, sem foco, sem determinação, apáticos, na escassez.

ÁGUA - O observamos nos rios, mares, oceanos, lagos e cachoeiras. Em nós, encontramos água em todos os líquidos do nosso corpo, como sangue, saliva, suor e outros fluidos.

Falar de Água é falar de fluidez e flexibilidade. Ela se movimenta e se molda. Você já ouviu alguém aconselhar "seja como a água, ela contorna seus obstáculos"? Ou a famosa frase "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura"? É a mais pura verdade; não subestime o poder da Água.

Na água iniciamos nossa vida ao estarmos envoltos em uma bolsa (útero) que nos protege e mergulhamos no silêncio das impressões. Da mesma forma que o planeta Terra denominado Gaia onde é formado por 70% de água em sua constituinte. Nascemos e renascemos da água.

Assim como falamos da água falamos dos sentimentos mais superficiais como onda quando quebra na superfície da rocha quanto a mais profunda dos oceanos. A água profunda é a agua do inconsciente, das experiências que não lembramos em contrapartida das sensações que permanecem vívidas sendo boas ou ruins. Aqui, falamos dos traumas, das percepções do sexto sentido embora não enxergamos, sentimos e percebemos.

Debaixo do chuveiro, podemos soltar um choro represado. Saímos mais calmos ao nadar águas claras de um rio ou em uma simples piscina. E entrar em uma cachoeira? É uma espécie de renovação de forças da mesma forma que nos sentimos mais leves e “limpos” ao entrar em contato com o sal nas águas do mar.

Contudo, o excesso desse elemento em nós pode gerar choros descontrolados, sentimentalismo exagerado, melancolia, distorção dos fatos do dia-a-dia, entre outros problemas. Já a falta da água nos deixa mais frios, insensíveis e bem menos empáticos.

Autoconhecimento junto aos quatro elementos

Ao conhecer os quatro elementos da Natureza e suas características, conseguimos entender melhor nosso próprio corpo e nossas atitudes. Quando nos questionamos e nos observamos com certeza notaremos a falta ou excesso de alguns elementos de acordo com o que pensamos e sentimos.

Perceberá também que os elementos se misturam em suas percepções, pois se manifestam ao mesmo tempo em nossas ações, afinal, não paramos nosso dia a dia somente para pensar ou sentir. Nossas ações implicam em sentimentos e pensamentos associados em milisegundos diante de algo. Da mesma forma verificará que um ou outro elemento tem preponderância em determinada época e acontecimentos. Isso está diretamente ligado com à criação familiar, meio social que geram padrões de sentimentos e pensamentos absorvidos de forma individual e atemporal de cada um.