Ao libertar a África do Sul de uma situação de violência e preconceito, unindo, com muita maestria, opressores e oprimidos, Nelson Mandela modificou uma história de dor, luto e ódios seculares que vigoravam no seu País. Foi preso por quase 28 anos, por lutar contra o Apartheid, regime de segregação racial. Após a saída do cárcere disse que: "Quando eu saí em direção ao portão que me levaria à liberdade, sabia que, se não deixasse minha amargura e meu ódio para trás, ainda estaria na prisão”. Na África existe um conceito conhecido como "UBUNTU", que significa o sentimento profundo de que somos humanos somente por intermédio da humanidade dos outros; se vamos realizar algo neste Universo, ela deve ser medido de forma igualitária, sempre pensando no bem estar de todos, numa referência ao "todos somos um". Deparamo-nos cotidianamente, com situações onde o “abuso” é uma palavra muito falada por diversas pessoas. Não nos damos conta de quanto isso é intenso em nosso planeta, não só no aspecto pessoal como também enquanto abuso econômico, político e social. E isso tem levado, inclusive, a índices cada vez mais crescentes, de ansiedade, depressão e suicídios. Em 2004, um levantamento da Universidade de Harvard revelou que nada menos que 4 de cada 5 dos seus alunos, sofrem de depressão pelo menos uma vez durante o ano letivo e aproximadamente metade de todos os alunos sofre de uma depressão tão debilitante que não consegue exercer suas atividades. Não é por menos que acontece um suicídio no mundo, a cada 40 segundos, enquanto que no Brasil, temos um suicídio a cada 45 minutos. Na sociedade atual, o padrão de manter foco no negativo, ilude nosso cérebro e o leva a acreditar que essa relação com a desesperança é a realidade. Desde criança somos educados a pensar que quem tem mais poder, tem mais força e pode subjugar os mais fracos. Isso vai se espalhando a um ponto em que sociedades inteiras estão à mercê da força de alguns em detrimento do todo. Então, podemos dizer que tais sociedades são “abusadas”. Usamos ainda a palavra abuso, em situações como: "estou abusado de fazer a mesma coisa todo dia"; "estou abusado deste emprego"; "estou abusado de comer carnes". Ainda podemos apontar o quanto, sem nos darmos conta, estamos “abusando” do nosso corpo quando não comemos bem, não dormimos bem, não nos permitimos descansar, quando nos excedemos no uso inconsequente do nosso corpo-mente. Abusamos da natureza, do nosso planeta, das pessoas que estão à nossa volta. Aqui no Brasil a quantidade de pessoas que sofrem abuso sexual na infância e adolescência é enorme, essas pessoas são educadas subliminarmente a ficarem caladas, mas como são crianças e não aprenderam como lidar com isso, elas carregam esses momentos como trauma, para o resto da vida. O que leva essa pessoa a, na imensa maioria das vezes, ter uma vida diminuída. Ela tem se sentido culpada por não ter sido capaz de evitar o que aconteceu, às vezes se sente culpada porque “gostou” do que aconteceu mesmo sabendo que não era “certo”, ela tem raiva por não ter sido apoiada, ela tem raiva por não ter gritado. Podendo, às vezes, ter tudo isso somado o que vai transformar a vida dessa pessoa num pequeno “inferno”, e o que é mais grave ela acabou esquecendo que aquilo aconteceu ou sublimou. Ela não percebe o quanto de sua raiva e de sua tristeza estão conectados àqueles eventos do passado. Os relacionamentos não dão certo, muitas vezes uma saúde frágil, doenças crônicas, autoimunes. Mahatma Gandhi dizia que: “A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência”. Nisso, ele está a nos falar que faz-se uma mudança de consciência necessária à humanidade. Ficamos presos a padrões de comportamento que acabam perpetuando essas atrocidades. Muitos acreditam na força como meio de transformação de uma sociedade, mas a história mostra que a única coisa que a força proporciona é a perpetuação do poder. O que eles, Mandela e Gandhi, estão nos dizendo é que precisamos largar as nossas amarguras, raivas, medos, tristezas, nossas amarras que acabam nos mantendo numa prisão. Sabemos que precisamos mudar muita coisa para que a humanidade aprenda a viver o respeito a diversidade natural. Devemos aprender a respeitar o poder que existe dentro de cada um de nós, pois só assim seremos capazes de respeitar o poder que reside dentro do outro. Dessa forma, não precisaremos abusar do outro quando estivermos em uma posição privilegiada, ou permitir ser abusado quando em uma posição desfavorável. Portanto, devemos caminhar na trilha de deixar ir embora o passado e apenas focar no aqui e no agora. Não permitir que aquela, ou aquelas pessoas continuem estragando a felicidade individual, pois não são elas que têm que escolher o que é melhor para cada um de nós, isso é com cada um e o Deus que cada um acredita e se inspira. Assim, não devemos lamentar o passado, nem nos afligir ansiosamente com o futuro nem nos antecipar com preocupações por coisas que podem nem acontecer. Devemos, isso sim, viver sabiamente e positivamente o presente momento. Algumas possibilidades para atingirmos o patamar de nos libertar dos abusos é irmos ao encontro do autoconhecimento, buscando profissionais especializados e adotando práticas saudáveis com a alimentação, exercícios físicos, meditação, terapias holísticas, atendimentos terapeuticos em geral e caminhada rumo a uma espiritualidade, que culmine numa congruência de corpo, alma, mente e espírito, numa conexão com a expansão da consciência num clima de transcendência e ligação com o Divino, pois atingimos o nosso melhor quando nos dedicamos, agimos e buscamos algo maior do que nós mesmos, deixando a energia da Unicidade se irradiar em todo o Universo e permitindo que o plano maior do Criador, se manifeste através da própria criação de cada Ser, materializado neste planeta Terra.
Fonte: www.vivernaharmonia.com.br
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