Uma mulher jovem pode ser muito sábia, enquanto uma senhora pode ser muito ativa e cheia de energia!
Quem disse que sabedoria e vitalidade são qualidades relacionadas exclusivamente à idade?
Toda mulher tem em si uma velha sábia que se expressa através da intuição e instintos.
Uma sabedoria que a acompanha desde outras vidas. É a que sabe e não se engana. É a que questiona, que bebe conhecimentos de fontes diversas, que observa e analisa. É a conselheira, a voz interior.
Da mesma forma, toda mulher abriga uma menina cheia de força criativa e vitalidade. Repleta de sua própria arte, que age com impulsos de alegria e curiosidade. Uma jovem guiada por sonhos e espírito aventureiro.
Durante a infância as meninas absorvem padrões familiares, internalizam limites impostos, são desencorajadas a usarem sua intuição e instintos.
A capacidade criativa é reprimida por sistemas de ensino que visam à assimilação de conteúdos e não a construção de um conhecimento integrado baseado em experiências. Existe a crença de que elas devem aprender e não ensinar. .
Enquanto amadurece, a mulher perde os aspectos pueris. Assume responsabilidades que reprimem a criança interior. São desencorajadas a expressarem emoções. A sabedoria da anciã interior não é valorizada, a intuição e os instintos são tolhidos.
Seus conhecimentos e estudos são, em grande parte, voltados à carreira. Ela assume papéis diversos: mãe, esposa, funcionária, esquecendo-se de sua essência, esquivando-se de sua verdade. Aos poucos, a velha sábia se esvanece. É quando a mulher sente que a vida perdeu o sentido e não se identifica mais com o que vive.
A mulher desperta não permite que a criança e a velha sábia se dissipem. Ela as nutre com sua arte, com momentos de gozo próprio. Ela encontra tempo para si. Escolhe relações que sustentam sua essência. Expressa suas emoções sendo tolerante e empática consigo mesma.
Ela é intuitiva e perspicaz, corajosa e autêntica. Alimenta sua sabedoria com experiências diferentes e desafiadoras.
Ela sabe “ser jovem enquanto velha, velha enquanto jovem”
Texto inspirado no livro A Ciranda das Mulheres Sábias, de Clarissa Pinkola Estés
|